Fisioterapia no pós operatório de cirurgias da ATM
Os métodos cirúrgicos de tratamento das DTMs(disfunções temporo-mandibulares) evoluíram consideravelmente durante a ultima década.Os principais tipos de cirurgia para tratamento de DTMs são a artroscopia e artrotomia. A cirurgia ortognática é menos usada, e qualquer cirurgia só deve ser contemplada depois de falharem todos os métodos conservadores apropriados para tratamento da disfunção e da dor. No pós-operatório pode haver indicação da fisioterapia para combater os efeitos da imobilização no pré e pós operatório, a inflamação, a dor e a fraqueza muscular.
- Artroscopia: A artroscopia evoluiu de forma espetacular no decorrer da ultima década como método de tratamento das DTMs, não apenas em virtude do seu sucesso,mas também por se tratar de um método menos invasivo que as demais técnicas cirúrgicas. O procedimento exige duas incisões de 2mm, nas partes posterior e lateral da articulação.Além de ser empregado para fins de exame, o artroscópio serve também para a realização de intervenções cirúrgicas , inclusive para irrigação do espaço articular superior com a finalidade de eliminar os produtos do processo inflamatório, para desfazer aderências do espaço articular e para reposicionar o disco articular. A curto prazo a artroscopia apresenta alta porcentagem de êxito, diminuindo a dor e melhorando a capacidade funcional nos casos em que está indicada.
- Artrotomia e cirurgia ortognática: A artrotomia ou cirurgia articular a céu aberto é empregada no tratamento das luxações do disco e nas perfurações de tecidos moles,nos casos em que os métodos conservadores fracassaram. Os resultados da cirurgia dependem em parte da aplicação de critérios rígidos na seleção dos pacientes,depois de esgotados os recursos mais conservadores. Parece que os progressos da artroscopia diminuíram as indicações para este método mais invasivo. A cirurgia ortognática encontra indicação em alguns casos de DTMs, nos quais as anomalias ósseas resultam em desalinhamento de dentes e articulações. É geralmente considerada o método mais invasivo, envolvendo muitas vezes a osteotomia e o reposicionamento da mandíbula ou do maxilar.
A fisioterapia no pós-operatório: A fisioterapia é aplicada no pós-operatório para deter o processo inflamatório e diminuir a dor, bem como para promover o funcionamento normal da articulação. Outros objetivos da fisioterapia consistem em normalizar a postura e reduzir a disfunção da coluna cervical, de acordo com cada caso.
Durante a primeira ou segunda semana, ou seja, durante a fase inflamatória aguda, podemos lançar mão da crioterapia(terapia com gelo -frio) e da estimulação elétrica para reduzir a dor e a defesa muscular e conter o processo inflamatório. O ultra-som pulsátil pode ser útil para deter a evolução da inflamação. Durante ou no final deste período podemos introduzir os exercícios isométricos e a abertura controlada da boca com a língua apoiada contra o céu da boca,sempre dentro dos limites(dor) do paciente.
Podemos progressivamento aumentar os exercícios ativos, passivos e contra-resistência, a medida que a inflamação regride. Os exercícios delicados de mobilização articular podem ser instituídos no paciente que estiver progredindo bem e que apresenta dificuldade em readquirir a mobilidade, podendo avançar os graus de amplitude,desde que os tecidos tolerem.
Os exercícios domiciliares,destinados a melhorar a amplitude dos movimentos, a capacidade funcional e o controle neuromuscular podem ser ampliados de conformidade com a cicatrização dos tecidos..
MALONE, T.; MC. POIL, T; NITZ, A.J. Fisioterapia em Ortopedia e Medicina no esporte. 3a ed. São Paulo: Santos, 2002.